1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
§ 1 Estes primeiros versos deste capítulo estão em conformidade para o que foi definido como sendo o Prólogo. Aqui João descreve a importância do tema contido em seu evangelho: a grandeza e a glória de Jesus; além da reação do mundo (tanto dos judeus como dos gentios) e dos crentes diante dEle. Nos primeiros versículos, ainda sem João dizer o nome de Jesus, nos presenteia com uma descrição dEle. Desta maneira a expectativa vai aumentando como uma forte luz a respeito de quem se trata. Finalmente é colocada em evidência que essa pessoa divina não é outra, mas Jesus, o Filho de Deus. Aqui João nos fala sobre Ele em relação com:
* A Sua eternidade, “No princípio...”.
* A Sua comunhão com o Pai, “era com Deus”.
* A Sua Divindade, “O Verbo era Deus”.
§ 2 JOÃO FALA DE JESUS COMO “O VERBO”. Ele faz isto para esclarecer que Ele é a pessoa na qual Deus o Pai se expressa totalmente. É assim como Jesus mesmo disse no capítulo 14.9: “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”, ou, como João disse no capítulo 1.18: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.
3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
* A Sua participação na Criação, “Todas as coisas foram feitas por ele”.
* Os Seus Atributos Divinos como Vida e Luz, “NEle estava a vida, e a vida era a luz dos homens”.
* O Seu Triunfo sobre as Trevas, “A Luz resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela”.
§ 3 Nos cinco primeiros versículos, João anuncia a chegada de Jesus a este mundo como luz e vida. Só em Jesus existe vida em comunhão com Deus o Pai. Só Ele pode dar luz para que venhamos existir; só Ele revela Deus como Pai. No verso 5, João se refere a vitória da luz sobre as trevas na criação, e logo na cruz do Calvário, onde Jesus venceu Satanás.
* Jesus é o Verbo eterno de Deus; Ele mesmo é Deus e vive em total comunhão com Deus; Ele é Luz e Vida. O único caminho para se poder conhecer o Pai.
§ 4 No verso 6, o apóstolo João fala de João Batista, dizendo que ele não era a luz, mas a testemunha da luz. O Batista se apresentou com o fim de que todos aqueles que o ouvissem crescem
7 Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,
§ 5 O verso 10 repete de maneira enfática o que estava acontecendo, e isto era porque a verdadeira luz estava no mundo; aquele mundo que era a sua própria criação, e onde, todavia, o homem não o conhecia. Não reconheceu nessa luz, a luz do verdadeiro Deus, o único caminho que conduz para a salvação.
§ 6 Além disso, o seu próprio povo Israel (os seus) não o recebeu. Para a grande tarefa de Jesus, isto foi motivo de muita decepção; por acaso a sua chegada foi em vão? Pelo contrário, desde cedo não deveria existir motivo para decepção já que Deus mesmo lhe deu um povo, aqueles que o receberam pela fé, tendo reconhecido o significado tremendo do seu nome (Salvador); eles receberam o grande privilégio de serem feitos filhos de Deus (assim a palavra “poder” foi traduzida). João imediatamente nos diz que a fé (= a acreditar no seu nome) e o privilégio de ser filho de Deus partem diretamente de Deus, de maneira que a fé também é produzida por Deus. “Os quais não são nascidos do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus”, conseqüentemente, o novo nascimento é obra de Deus e não tem nada a ver com a descendência natural humana, como muitos judeus pensavam. Eles acreditavam que por serem filhos de Abraão, eram filhos de Deus; não entenderam que o novo nascimento dependia só da vontade de Deus.
*O Filho de Deus não encontrou uma aceitação natural, nem do mundo, nem do seu próprio povo. Mas, possui um povo formado por homens que têm o mais alto privilégio: serem filhos de Deus.
§ 7 O verso 14 possui o ponto mais alto do prólogo. Ainda que João já tenha falado a respeito de que o Verbo (Jesus) estava neste mundo, revela agora a maneira em que a sua presença foi feita uma realidade visível. Não era um homem simbolizado, mas o Verbo feito de carne (que era o próprio Deus). Aqui está a criação do milagre divino da encarnação de Cristo. Deus revelado em carne! A palavra “carne” aponta em direção ao frágil e mortal homem, enquanto que as palavras “foi feito” dão sinal de uma nova dimensão de existência. Em João 3.16 o apóstolo nos mostra o motivo da encarnação: o grande amor de Deus por um mundo perdido. Todavia, vemos também aqui o amor de Deus, dizendo que o Verbo habitou (lit. “em uma tenda”) entre nós. Este é o começo do cumprimento da promessa que Deus tinha dado ao seu povo Israel (Lv 26.11 e Is 57.15), dizendo que Ele moraria no meio deles. O tempo da salvação de Deus tinha chegado. Os apóstolos como testemunhas que o tinham visto, viram a sua glória, o resplendor da majestade de Deus, não como se fosse um resplendor que cegasse e/ou matasse, mas cheio de graça e de verdade. Assim era a glória do Unigênito do Pai. Não uma glória que brilha para si mesmo, mas uma que brilha e comunica a verdadeira graça aos seus.
§
* Jesus tendo vindo da profundidade da eternidade, revelou a inesgotável graça de Deus.
15 João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. 16 Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. 17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En
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