segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (6)


JOÃO 2

§ 1 Nos capítulos 2-4, João descreve acontecimentos que revelam o caráter dos atos de Jesus na Galiléia, Jerusalém e Samaria. Na Galiléia (2.1-11; 4.46-54) e em Samaria (4;1-42) Ele achou fé, mas em Jerusalém encontrou rejeição. Contudo teve de ir para Jerusalém, já que a salvação sai de Israel. A capital de Israel continua sendo o lugar onde Deus revelou/revela a sua graça.

§ 2 (2.1-11) 1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. 2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. 4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. 6 Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. 7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. 8 Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. 9 Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo 10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. 11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

§ 3 No terceiro dia (depois que Jesus se encontrou com Natanael) foram celebradas as bodas de Cana da Galiléia, situada nas regiões altas ao oeste do Mar da Galiléia. Ali se encontrava a mãe de Jesus, Ele e os seus seguidores, que assistiram à festa, pelo motivo de terem sido convidados a ela. Enquanto que João era o pregador do arrependimento, Jesus deu um passo maior à frente dando um fim e restaurando a alegria perdida pelo pecado. Mas, Jesus é maior do que João: a sua morte amarga é à base de uma alegria gloriosa.

§ 4 Provavelmente pelo motivo de terem chegado mais convidados do que os noivos tinham pensado, foi que começou a faltar o vinho, o que para eles era uma situação embaraçosa. A mãe de Jesus, ao saber que este tinha sido ungido com o Espírito Santo para cumprir publicamente o seu ministério em Israel, insiste para que Ele faça alguma coisa. Jesus, então, a repreende lhe dizendo que não tem nada a ver com ela, no que se refere ao seu ministério espiritual, e que só recebe ordens vindas do céu, diretamente de seu Pai Celestial. A sua participação teve um propósito e não foi simplesmente para resolver problemas. O milagre teve outro objetivo (ver v. 11): foi o de revelar a sua glória e a plenitude da graça de Deus. Para poder revelar esta plenitude, Jesus esperou um sinal de seu Pai. Portanto, ainda não tinha chegado à hora de publicar a sua glória, mesmo que estivesse por chegar. As suas palavras, no entanto, em si mesmas, não foram de rejeição em direção a sua mãe. De maneira que Maria disse aos que serviam: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. As palavras dela, manifestaram fé no poder de Jesus, na disposição dEle ajudar e submissão as suas ordens, sabendo que o Filho é mais do que a sua mãe.

§ 5 João nos conta que haviam ali seis talhas (jarrões) de pedra para água, que eram usados para os rituais de purificação dos judeus onde cabiam em cada uma delas dois ou três cântaros (ou seja, mais ou menos 100 litros). Este detalhe nos prepara para nos fazer entender quão grande foi a abundância do presente e do milagre de Jesus, e, ainda, nos mostra outro detalhe: na antiga dispensação, a purificação era constante por causa do pecado. Mas, naquele momento, a sua graça foi tão grande que foi desnecessária esta purificação constante já que Ele a aplicaria para sempre. O que Jesus traz é vida em abundância, pois em seu reino há perdão e alegria. João nos mostra com alguns detalhes esta plenitude. Imediatamente o Senhor disse: “Enchei de água essas talhas”. E as encheram até as bordas. Toda a água foi transformada em vinho de excelente qualidade. A sua ignorância (a de João) do milagre realizado foi uma prova da grandeza do poder divino de Jesus.

§ 6 O desconhecimento da pessoa de Jesus e a sua grandeza divina é um tema que está em todo o Evangelho de João.

§ 7 O mestre-sala, chamou o esposo e o contou que naquele momento estava acontecendo uma coisa que não era normal, já que o costume nas festas era servir o vinho bom em primeiro lugar e depois o vinho de qualidade inferior. Mas neste momento, parecia que tinham guardado o melhor para o final. Esta, naturalmente, é uma característica do reino de Deus.

§ 8 Este primeiro milagre foi o princípio dos sinais de Jesus da manifestação de sua glória; os discípulos creram nEle por meio deste milagre. O “crer” aqui, significa que agora estavam mais crescidos em sua fé. Viram algo de maiores tamanhos das que Jesus os tinha falado, algo do céu aberto (1.51), da abundância que Deus está oferecendo por meio de seu Filho.

§ 9 Sobre este milagre e o seu significado, podemos acrescentar ainda que: a abundância aparece na Bíblia, e freqüentemente, como um sinal da graça e do perdão de Deus, do novo começo com o seu povo. Por exemplo, podemos pensar em Is 25.6 e Am 9.11-15, sobre tudo o o v. 13. Por comparação do que Jesus disse em João 6, depois do milagre da alimentação dos cinco mil (“Eu sou o pão da vida”), podemos concluir que Ele mesmo é o vinho, símbolo da abundante graça de Deus.

*Jesus é a fonte de alegria; Ele produz vinho de alegria, já que pelo seu sangue nos dá a reconciliação com o seu Pai. O vinho nas bodas de Caná foi a antecipação da alegria eterna.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

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