segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (7)


(2.13-22) 13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. 14 E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; 15 tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas 16 e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. 17 Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá. 8 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? 19 Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. 20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? 21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. 22 Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.

§ 1 Os vv. 13-22 são totalmente o contrário do que aconteceu na passagem anterior. Depois da alegria das bodas de Caná, nos encontramos aqui com um conflito. Em vez de acharmos fé, descobrimos inimizade e maus entendimentos em Jerusalém e sobre tudo no templo, lugar onde se deveria esperar reverência pelas coisas do Senhor; mas aí não há, apenas pessoas que desejam tirar proveito da grande influência dos peregrinos.

§ 2 Não apenas era costume de Jesus visitar as sinagogas no dia do sábado (Lc 4.16); mas que, segundo João, também visita o templo de Jerusalém durante os grandes dias de festas. Nesta história, o escritor bíblico da a entender que Jesus é o verdadeiro templo e o verdadeiro Cordeiro Pascoal que morrerá e logo ressuscitará.

§ 3 O átrio (pátio interno) do templo estava lotado de comerciantes, dinheiro e barulho. Lá estavam os vendedores de animais (animais usados para sacrifício) e os cambistas que vendiam a moeda antiga do templo em troca de moedas romanas com imagens perturbadoras. O pátio interno estava sendo centro de comércio em vez de ser o lugar para preparação daqueles que visitavam o templo. Sendo estas as condições, nas que o Santo Filho de Deus encontrou, tanta desordem na casa de seu Pai, tratou de fazer um chicote com cordas (dessas com as que se amarram os animais), para expulsar todos os comerciantes de animais, espalhando as moedas dos cambistas ao derrubar as suas mesas. Quando não existe reverência e esta é substituída por cultos mundanizados, está sendo cometido grande pecado e se ofendendo o santuário de Deus, lugar onde mora o Altíssimo.

§ 4 Jesus entra na casa de seu Pai e ao ver a irreverência dessas pessoas, age sem considerações, já que com tal atitude não deveriam estar na casa de oração. Jesus odeia a perversão da verdadeira adoração. Ao vermos esta atitude podemos comprovar que Ele realmente é o Rei de Israel, ao ter tirado todos os negociantes que disputavam no templo. “Não façais da casa de meu Pai casa de venda”. Isto não tem nada a ver com servir a Deus, mas é servir a si mesmo e baixar o grau de santidade no serviço de Deus. Logo depois disto, os discípulos sem lembraram do que está escrito: “O zelo de tua casa me consome” (Sl 69.9). Isto se cumpre na morte de Jesus, mas este cumprimento já começa quando não se aceita a Jesus como o Rei Soberano. Ao não conhecerem Jesus nem aceitarem a sua Soberania, os judeus o pedem que diga porque agiu daquela maneira como se fosse o Filho daquela própria casa, por isso o perguntaram: “Que sinal nos mostras, para fazeres isto?”. Jesus os responde com palavras enigmáticas: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. Os judeus não o entenderam, porque pensaram no templo físico/material, construído de pedras e não no templo que era o próprio corpo de Jesus. Nem muito menos os discípulos entenderam logo as suas palavras, uma vez que Ele tinha ressuscitado; assim acreditaram na Escritura onde se fala na ressurreição de Jesus; a Igreja primitiva entendeu entre outros os Salmos 16.10 como profecia dela.

§ 5 Enfim, temos que confirmar que quando os judeus pensaram no templo de pedras tinham algum razão. Jesus usa claramente a palavra “templo”, para poder dar uma pista do fato de que Ele já era o verdadeiro Templo; o Templo de pedra, seria ineficaz, pelo motivo que o sacrifício de Jesus colocaria um fim na série indefinido-indeterminada dos sacrifícios.

*Pense na maneira em que nós podemos perverter a verdadeira adoração a Deus.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

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