segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (7)


(2.13-22) 13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. 14 E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; 15 tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas 16 e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. 17 Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá. 8 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? 19 Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. 20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? 21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. 22 Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.

§ 1 Os vv. 13-22 são totalmente o contrário do que aconteceu na passagem anterior. Depois da alegria das bodas de Caná, nos encontramos aqui com um conflito. Em vez de acharmos fé, descobrimos inimizade e maus entendimentos em Jerusalém e sobre tudo no templo, lugar onde se deveria esperar reverência pelas coisas do Senhor; mas aí não há, apenas pessoas que desejam tirar proveito da grande influência dos peregrinos.

§ 2 Não apenas era costume de Jesus visitar as sinagogas no dia do sábado (Lc 4.16); mas que, segundo João, também visita o templo de Jerusalém durante os grandes dias de festas. Nesta história, o escritor bíblico da a entender que Jesus é o verdadeiro templo e o verdadeiro Cordeiro Pascoal que morrerá e logo ressuscitará.

§ 3 O átrio (pátio interno) do templo estava lotado de comerciantes, dinheiro e barulho. Lá estavam os vendedores de animais (animais usados para sacrifício) e os cambistas que vendiam a moeda antiga do templo em troca de moedas romanas com imagens perturbadoras. O pátio interno estava sendo centro de comércio em vez de ser o lugar para preparação daqueles que visitavam o templo. Sendo estas as condições, nas que o Santo Filho de Deus encontrou, tanta desordem na casa de seu Pai, tratou de fazer um chicote com cordas (dessas com as que se amarram os animais), para expulsar todos os comerciantes de animais, espalhando as moedas dos cambistas ao derrubar as suas mesas. Quando não existe reverência e esta é substituída por cultos mundanizados, está sendo cometido grande pecado e se ofendendo o santuário de Deus, lugar onde mora o Altíssimo.

§ 4 Jesus entra na casa de seu Pai e ao ver a irreverência dessas pessoas, age sem considerações, já que com tal atitude não deveriam estar na casa de oração. Jesus odeia a perversão da verdadeira adoração. Ao vermos esta atitude podemos comprovar que Ele realmente é o Rei de Israel, ao ter tirado todos os negociantes que disputavam no templo. “Não façais da casa de meu Pai casa de venda”. Isto não tem nada a ver com servir a Deus, mas é servir a si mesmo e baixar o grau de santidade no serviço de Deus. Logo depois disto, os discípulos sem lembraram do que está escrito: “O zelo de tua casa me consome” (Sl 69.9). Isto se cumpre na morte de Jesus, mas este cumprimento já começa quando não se aceita a Jesus como o Rei Soberano. Ao não conhecerem Jesus nem aceitarem a sua Soberania, os judeus o pedem que diga porque agiu daquela maneira como se fosse o Filho daquela própria casa, por isso o perguntaram: “Que sinal nos mostras, para fazeres isto?”. Jesus os responde com palavras enigmáticas: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”. Os judeus não o entenderam, porque pensaram no templo físico/material, construído de pedras e não no templo que era o próprio corpo de Jesus. Nem muito menos os discípulos entenderam logo as suas palavras, uma vez que Ele tinha ressuscitado; assim acreditaram na Escritura onde se fala na ressurreição de Jesus; a Igreja primitiva entendeu entre outros os Salmos 16.10 como profecia dela.

§ 5 Enfim, temos que confirmar que quando os judeus pensaram no templo de pedras tinham algum razão. Jesus usa claramente a palavra “templo”, para poder dar uma pista do fato de que Ele já era o verdadeiro Templo; o Templo de pedra, seria ineficaz, pelo motivo que o sacrifício de Jesus colocaria um fim na série indefinido-indeterminada dos sacrifícios.

*Pense na maneira em que nós podemos perverter a verdadeira adoração a Deus.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (6)


JOÃO 2

§ 1 Nos capítulos 2-4, João descreve acontecimentos que revelam o caráter dos atos de Jesus na Galiléia, Jerusalém e Samaria. Na Galiléia (2.1-11; 4.46-54) e em Samaria (4;1-42) Ele achou fé, mas em Jerusalém encontrou rejeição. Contudo teve de ir para Jerusalém, já que a salvação sai de Israel. A capital de Israel continua sendo o lugar onde Deus revelou/revela a sua graça.

§ 2 (2.1-11) 1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. 2 Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. 3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. 4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. 5 Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. 6 Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. 7 Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E eles as encheram totalmente. 8 Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. 9 Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo 10 e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. 11 Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

§ 3 No terceiro dia (depois que Jesus se encontrou com Natanael) foram celebradas as bodas de Cana da Galiléia, situada nas regiões altas ao oeste do Mar da Galiléia. Ali se encontrava a mãe de Jesus, Ele e os seus seguidores, que assistiram à festa, pelo motivo de terem sido convidados a ela. Enquanto que João era o pregador do arrependimento, Jesus deu um passo maior à frente dando um fim e restaurando a alegria perdida pelo pecado. Mas, Jesus é maior do que João: a sua morte amarga é à base de uma alegria gloriosa.

§ 4 Provavelmente pelo motivo de terem chegado mais convidados do que os noivos tinham pensado, foi que começou a faltar o vinho, o que para eles era uma situação embaraçosa. A mãe de Jesus, ao saber que este tinha sido ungido com o Espírito Santo para cumprir publicamente o seu ministério em Israel, insiste para que Ele faça alguma coisa. Jesus, então, a repreende lhe dizendo que não tem nada a ver com ela, no que se refere ao seu ministério espiritual, e que só recebe ordens vindas do céu, diretamente de seu Pai Celestial. A sua participação teve um propósito e não foi simplesmente para resolver problemas. O milagre teve outro objetivo (ver v. 11): foi o de revelar a sua glória e a plenitude da graça de Deus. Para poder revelar esta plenitude, Jesus esperou um sinal de seu Pai. Portanto, ainda não tinha chegado à hora de publicar a sua glória, mesmo que estivesse por chegar. As suas palavras, no entanto, em si mesmas, não foram de rejeição em direção a sua mãe. De maneira que Maria disse aos que serviam: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. As palavras dela, manifestaram fé no poder de Jesus, na disposição dEle ajudar e submissão as suas ordens, sabendo que o Filho é mais do que a sua mãe.

§ 5 João nos conta que haviam ali seis talhas (jarrões) de pedra para água, que eram usados para os rituais de purificação dos judeus onde cabiam em cada uma delas dois ou três cântaros (ou seja, mais ou menos 100 litros). Este detalhe nos prepara para nos fazer entender quão grande foi a abundância do presente e do milagre de Jesus, e, ainda, nos mostra outro detalhe: na antiga dispensação, a purificação era constante por causa do pecado. Mas, naquele momento, a sua graça foi tão grande que foi desnecessária esta purificação constante já que Ele a aplicaria para sempre. O que Jesus traz é vida em abundância, pois em seu reino há perdão e alegria. João nos mostra com alguns detalhes esta plenitude. Imediatamente o Senhor disse: “Enchei de água essas talhas”. E as encheram até as bordas. Toda a água foi transformada em vinho de excelente qualidade. A sua ignorância (a de João) do milagre realizado foi uma prova da grandeza do poder divino de Jesus.

§ 6 O desconhecimento da pessoa de Jesus e a sua grandeza divina é um tema que está em todo o Evangelho de João.

§ 7 O mestre-sala, chamou o esposo e o contou que naquele momento estava acontecendo uma coisa que não era normal, já que o costume nas festas era servir o vinho bom em primeiro lugar e depois o vinho de qualidade inferior. Mas neste momento, parecia que tinham guardado o melhor para o final. Esta, naturalmente, é uma característica do reino de Deus.

§ 8 Este primeiro milagre foi o princípio dos sinais de Jesus da manifestação de sua glória; os discípulos creram nEle por meio deste milagre. O “crer” aqui, significa que agora estavam mais crescidos em sua fé. Viram algo de maiores tamanhos das que Jesus os tinha falado, algo do céu aberto (1.51), da abundância que Deus está oferecendo por meio de seu Filho.

§ 9 Sobre este milagre e o seu significado, podemos acrescentar ainda que: a abundância aparece na Bíblia, e freqüentemente, como um sinal da graça e do perdão de Deus, do novo começo com o seu povo. Por exemplo, podemos pensar em Is 25.6 e Am 9.11-15, sobre tudo o o v. 13. Por comparação do que Jesus disse em João 6, depois do milagre da alimentação dos cinco mil (“Eu sou o pão da vida”), podemos concluir que Ele mesmo é o vinho, símbolo da abundante graça de Deus.

*Jesus é a fonte de alegria; Ele produz vinho de alegria, já que pelo seu sangue nos dá a reconciliação com o seu Pai. O vinho nas bodas de Caná foi a antecipação da alegria eterna.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (8)

(2.23-25) 23 Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; 24 mas o próprio Jesus não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. 25 E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana.

§ 1 Apesar da resistência e rejeição de alguns, nem todos respondem da mesma maneira, pois existem alguns que crêem no nome de Jesus ao ver os seus sinais. Mas, na verdade, Jesus não confiava neles. Jesus conhece a todos por isso não precisa receber referência de ninguém, já que como Filho de Deus sabe o que existe dentro do coração do homem. Ele sabe que esta “fé”, pode rapidamente se transformar em incredulidade e rejeição. Estes versos servem de ligação com o próximo capítulo. Jesus não acredita em ninguém que diz que tem fé nEle, a menos que tal pessoa sinta uma confiança e uma dependência total nEle, inclusive o fariseu Nicodemos, se não teve a sua fé trabalhada pelo Espírito Santo, não teve parte com Jesus Cristo.

*Pense no calor da nossa fé; é uma crença vaga ou uma confiança firme?

RESUMO APLICATIVO DE ALGUNS TEMAS IMPORTANTES (2.1-11-2.23-25)

§ 2 1a. O primeiro milagre mostra uma das razões pelas quais Jesus veio: nos oferecer vida abundante. Esta abundância se refere à graça de Deus. O que por meio da lei não pôde ser alcançado, Jesus fez: a purificação de uma vez por todas em vez de uma constante purificação. Por meio de Jesus Cristo a graça de Deus é abundante: sacrificando a sua vida, cobriu uma multidão de pecados. Ele mesmo “é o vinho” do reino de Deus, ou seja, o gozo, a alegria e o perdão.

§ 3 1b. A intervenção de Jesus nas dificuldades sempre tem o propósito de revelar a sua glória e a plenitude da graça de Deus. Pensar em Jesus como a solução de um problema, e olhar essa solução como um fim em si mesmo é ter uma idéia muito pobre de quem Jesus é. Ao longo das páginas deste evangelho, toda a atividade milagrosa de Jesus revela algo de sua divindade e majestade o qual também exige o compromisso da pessoa que sabe disto. Se pedirmos ao Senhor que intervenha em qualquer situação que seja, jamais perderemos de vista a sua grandeza e glória.

§ 4 1c. Jesus só se submete a vontade do Pai. A conversa de Jesus com a sua mãe Maria revela a sua verdadeira a sua verdadeira relação com ela. As palavras de Jesus de nenhuma maneira manifestam irreverência, mas deixa claramente estabelecido que a relação entre os dois é válida, enquanto se refere à realidade filial, só em assuntos terrenos. Mas, quando se trata de assuntos celestes, apenas Jesus pode interferir por ordem direta de seu Pai. Maria como mãe de Jesus cumpriu o seu papel dentro do plano de Deus, mas em nenhuma parte da Bíblia nos é mostrada que Maria está em igualdade de condições com Ele.

§ 5 2a. Para se servir e adorar a Deus, é preciso que se tenha reverência e sinceridade. Os vendedores e cambistas que estavam no pátio interno do templo faziam o que Paulo chama em 1Tm 6.5 de “tomar a piedade como fonte de ganância”. A verdadeira adoração deve ser praticada com um coração sincero, que não tenha intenção dupla.

§ 6 2b. O que Jesus falou do seu corpo como templo, dá sinal de que tudo o que se fazia no templo se cumpriu nEle. Isto se explica, de maneira grandiosa na carta aos Hebreus, quando disse: “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus” (10.11-12). Que a nossa atenção seja chamada para as palavras “uma vez para sempre um só sacrifício”. O seu sacrifício é suficiente para cobrir todos os nossos pecados. Ele deixou que o matassem na cruz, mas, por sua vez, ressuscitou como o verdadeiro Filho Deus.

§ 7 2c. Jesus Cristo nos mostra a razão pela qual devemos ter nojo e como devemos fazer isso Por acreditarmos que seja assim, podemos dizer que o Senhor estava verdadeiramente irritado, porque as coisas santas de Deus estavam sendo pisadas por atitudes carnais cheias de irreverência em seu templo. Mas, o seu nojo era construtivo e educativo, não buscando destruir mas salvar. Sempre que a santidade de Deus está sendo desprezada dentro da Igreja devemos levantar uma voz de alerta. Além do mais o Senhor nos ensina que em seu enojamento Ele não agiu sem pensar, mas, tomou um tempo para fazer um chicote de cordas para expulsar os profanos do templo.

§ 8 3. A fé verdadeira não vê “algo” em Jesus, mas depende totalmente dEle. A nossa fé deve ser mais do que uma crença vaga de que Deus pode fazer milagres; deve ser uma confiança total na obra de Cristo. É um grande perigo fazermos com que as pessoas coloquem a atenção em Jesus, para que assim busquem apenas os seus milagres. Os feitos poderosos do Senhor sempre tiveram e têm um objetivo: levar as pessoas a Jesus, para que por meio da fé, encontrem o Senhor e Salvador de suas vidas, e não um simples fazedor de milagres.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO (5)


(1.43-51) 43 No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galiléia e encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me. 44 Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. 45 Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. 46 Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. 47 Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! 48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. 49 Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! 50 Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás. 51 E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.

§ 1 Em seguida, vemos que Jesus agiu de modo a ter produzido uma reação em cadeia. Ele chamou Felipe, que vinha da mesma cidade de André e Pedro, em Betsaida, um povoado de pescadores construído pelo filho de Herodes o Grande. Por sua vez, Felipe busca o seu amigo Natanael e o dá uma informação que não foi completa quando lhe disse: “Temos achado aquele sobre quem Moisés escreveu na lei, assim como os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré”. Natanael, sabendo que o Messias nasceria em Belém, pergunta com dúvida: “Pode sair alguma coisa boa de Nazaré?”. Para um judeu piedoso era uma coisa insuportável ouvir que o Messias teria nascido entre o povo insignificante de Nazaré na Galiléia. Esta posição estaria de acordo com a vontade da Palavra de Deus? Seria possível que esta tenha sido uma atitude não muito correta?

§ 2 A reação de Natanael é aceitável já que ele não entendia todos os detalhes do nascimento, mas sabia que Jesus era o verdadeiro Messias. De maneira que Filipe o incentiva para que este também conheça Jesus. Este feito só chegou a convencer Natanael; mas um encontro pessoal com Jesus surtiria um efeito muito maior do que uma explicação detalhada dEle dada por seus discípulos! Ao vê-lo, Jesus disse aos que estavam em volta de Natanael: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não existe engano”. Isto quis dizer que Natanael não era um hipócrita, mas que, pelo contrário, foi um homem que mostrou que tinha uma atitude aberta, do tipo que nem sempre foi achada diante no povo de Deus, Israel (ver João 2.24; 6.26). Natanael, com um desejo verdadeiro de conhecer a verdade e o Messias, se admira grandemente e pergunta a Jesus: “De onde me conheces?” Jesus demonstra que tem um conhecimento que se refere à Natanael, ao tê-lo dito: “Antes que Filipe te chamasse eu te vi estando em baixo da figueira”. Jesus o conhecia como uma pessoa estudiosa e que refletia ma Palavra de Deus (assim como os rabinos faziam, por terem costume, em baixo da figueira). Natanael imediatamente o reconheceu como o Filho de Deus. Então Jesus o prometeu que ele veria coisas maiores, como foi no caso de Jacó (Gn 28): veria o céu aberto, e os anjos de Deus que desceriam e subiriam sobre o Filho do Homem. O Rei é maior do que poderia ser pensado. Ao longo do evangelho Jesus sempre mostra algo mais de sua glória. Cada sinal ou milagre revela um aspecto de sua divindade e de sua bondade para os seus. Por meio dEle, Deus abre os céus e nos confirma a sua graça.

*Jesus abre o céu para os seus, já que Ele como Rei vence o pecado, a morte e o diabo.

RESUMO APLICATIVO DE ALGUNS TEMAS IMPORTANTES (1.1-18-1.43-51)

§ 3 1a. Todo argumento para se negar a divindade de Jesus Cristo é falso. Existem seitas e pensamentos modernos, alguns até vindos de certas tendências teológicas que procuram negar a divindade de Jesus, ou tratam de diminuí-la (como os Testemunhas de Jeová que dizem que Jesus era um “deus” e não Deus). Pelo contexto do capítulo 1 não deve existir dúvida de que Jesus é o Verbo que era com Deus e que é Deus. A ele se atribuem eternidade, divindade e onipotência. Além do mais, só nEle se encontra a vida, ou seja, uma vida caracterizada pela comunhão com Deus; só Ele nos dá luz para conhecermos o coração de Deus; só Ele triunfou sobre as trevas. É por tudo isto que Jesus Cristo é a única pessoa que pode satisfazer as nossas necessidades.

§ 4 1b. É muito estranho que quem participou na criação tenha sido rejeitado pelas suas próprias criaturas. Inclusive a sua própria casa (Israel) como nação não o reconheceu nem o recebeu. Mas, o Messias não fica sem um povo. Deus trabalha em seus escolhidos para que recebam a Cristo, enquanto que eles, por sua vez, recebem o alto privilégio de serem filhos de Deus. Aqui está mais do que claro que não somos nós que “temos aceitado Jesus como nosso Salvador”, mas que pelo novo nascimento, ou seja, pela obra de Deus em nós temos recebido Ele.

§ 5 1c. Em sua encarnação, Jesus revelou o Pai. Não existe um amor maior do que o da encarnação! João nos mostra imediatamente a grandeza do plano eterno de Deus. Ninguém mais do que o Filho eterno de Deus, foi feito carne e viveu em nosso meio. Foi o princípio do cumprimento da promessa do morar sem fim de Deus no meio de seu povo. Jesus é superior a João, porque Ele trouxe a realidade da promessa anunciada por este. NEle existe plenitude de graça que jamais se acaba, inesgotável como as ondas do mar que sempre chegam novas na orla. Também é superior a Moisés, que nos deixou a lei, já que Jesus cumpriu a lei e nos deixou a sua graça e perdão. Aquele que quer conhecer a Deus, o que jamais pode ser visto diretamente, deve se dirigir a Jesus: Ele nos faz conhecer o santo Deus, cheio de amor pelos seus.

§ 6 2a. Ninguém pode ser comparado a Jesus Cristo. Em um momento de seu ministério João é incomodado por perguntas que vinham do setor religioso: por acaso ele era o Messias? Firmemente disse que não, inclusive afirma que ao lado do Messias ele é tão somente um humilde escravo. João não só era humilde, mas que além de tudo reconhecia que nem ele e nem ninguém pode ser comparado a Cristo, pelo motivo de sua pessoa e obra serem únicas. Este é um ponto de orientação para desmascarar esses falsos profetas que procuram estar no mesmo nível que o de Jesus.

§ 7 2b. O nosso trabalho no ministério não é atrair as pessoas me nossa direção, mas em direção a Cristo. Para João era uma tentação real a fama que estava alcançando na sociedade judia, mas a sua mensagem sempre tinha Cristo no centro dela. Muitos ministros devem enfrentar esta mesma tentação, e deve se perguntar seriamente: Quando prego a Palavra, as pessoas colocam a sua fé em Jesus, ou admiram os meus grandes talentos? Cristo está totalmente no centro de minha pregação, ou tenho buscado também um espaço nela para mim? Que o Senhor nos guie em situação tão delicada e nos guarde de cair no orgulho ministerial. Devemos sempre perceber a grandeza de Jesus e buscar apenas a sua glória.

§ 8 3. Toda a humanidade compartilha o mesmo pecado, e é por isso que precisa com urgência do único que pode lhe livrar da morte. Todos os pecados têm um mesmo princípio: rejeitar a autoridade de Deus sobre as nossas vidas. Este é um aspecto que vale a pena ser considerado na hora de compartilharmos a nossa fé, já que as pessoas têm uma idéia totalmente errada do que é pecado, e só chega a relacioná-la com a área moral humana, ou com a injustiça social. Mas, não está sendo afirmado que, pelo simples fato de fazermos com que seja conhecido o significado do que é pecado as pessoas irão se converter, mas, isto nos ajudará a sermos mais claros no que formos transmitir e receber uma resposta mais sincera das pessoas.

§ 9 4. Quem tem experimentado a alegria do encontro com o Senhor Jesus sentirá a necessidade de comunicar isto a outros. Isto é o que aprendemos do primeiro encontro que André teve com Jesus. Que impactante foi para ele perceber que Aquele que estava com eles não era outro, mas o próprio Messias! Este era o motivo mais do que suficiente para poder comunicar a outros tão boa notícia. Se realmente temos tido esse encontro com o Salvador de nossas vidas, então não podemos ficar calados; temos que anunciá-lo, e a nossa família deverá ser a primeira a ficar sabendo disto, não só pelas nossas palavras, mas também pela mudança que verão em nós.

§ 10 5. Para evangelizarmos não precisamos querer ter um conhecimento completo sobre Jesus. Esse conhecimento virá depois. É importante que todos nós conheçamos em detalhe a vida de Jesus, mas o mais importante do que isso, no plano evangelístico, é levar as pessoas para um encontro pessoal com Ele. Muitos irmãos dizem que não estão preparados para comunicar o plano de salvação aos outros, e não são poucos estes irmãos que pensam assim. Mas não podemos usar isto como desculpa, pois, ainda que o conteúdo do evangelho seja de uma profundidade grandiosa, possui uma simplicidade extraordinária. O apóstolo Paulo nos presenteia com um das maneiras mais detalhadas e simplificadas do plano de salvação... “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores” (1Tm 1.15).

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO ( 4 )


(1.29-34) –

29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30 É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim. 31 Eu mesmo não o conhecia, mas, a fim de que ele fosse manifestado a Israel, vim, por isso, batizando com água. 32 E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. 33 Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. 34 Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.

§ 1 Este é o dia seguinte depois do “interrogatório” que os judeus fizeram tendo sido enviados de Jerusalém. Tem chegado o momento mais alto na importante atuação de João Batista, o que anunciou a chegada do Messias, o Filho de Deus. João apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus. A grande tarefa do Messias não será imediatamente estabelecer o reino de sua glória, mas assumir a culpa do mundo, dando assim acesso ao seu reino para todos os que passarem a buscar o seu perdão. Desta maneira, Jesus desempenhará o papel do verdadeiro cordeiro pascoal, cujo sangue cobrirá os pecados daqueles que cressem nEle. Através dEle, o povo de Deus, de todas as nações herdará a Canaã celestial. A palavra “resgatar” é traduzida por levantar, mas também por retirar, remover, eliminar. Jesus tira a culpa dos seus sofrendo o castigo de Deus por nosso pecado. João usa o singular “o pecado”, se bem que todos os pecados tem um só ponto de partida: o de rejeitar a autoridade de Deus sobre a nossa vida. Como é grande o amor de Deus, permitindo a João que chamasse Jesus de o Cordeiro de Deus (ou seja, dado por Ele!) “Cordeiro de Deus” pode ser uma referência ao cordeiro pascoal por cujo sangue Israel tinha sido livrado da morte, mas também podemos pensar no culto dos sacrifícios no Templo, o cordeiro de Isaías 53 e na pergunta de Isaque e a resposta de Abraão em Gn 22.7-8.

§ 2 João está certo de que agora o Eterno Filho de Deus chegou (v. 30, ver também o v. 15 e 27) pela revelação direta do Messias feita pelo Pai, assim que disse: “Vi o Espírito que descia do céu como pomba, e ficou sobre ele”. Ele deu testemunho de que Jesus é o Filho de Deus, pois Deus mesmo o tinha revelado isto. Sem esta revelação, João não podia dizer que conhecia a Jesus; mas agora o sabe e o conhece como aquele que batiza com o Espírito, dando assim uma vida nova, um novo coração. O que Jesus veio fazer é muito mais importante do que o que João fez, já que o que João fez foi só algo preparatório com respeito à atividade de Jesus.

* João testifica que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para que creiamos nEle. Nós temos feito o mesmo?

(1.35-42) 35 No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos 36 e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! 37 Os dois discípulos, ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus. 38 E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes? 39 Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos a hora décima. 40 Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho de João e seguido Jesus. 41 Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), 42 e o levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).

§ 3 No dia seguinte (se trata de uma semana cheia de encontros; veja-se os vv. 29, 35, 43 e 2.1), João, acompanhado por dois dos seus discípulos, indica Jesus novamente como o Cordeiro de Deus, faz isto para que fique claro que ele foi só o que veio anunciar a Sua chegada. Estes discípulos eram André e provavelmente João, o escritor do evangelho. Ouvindo João Batista falar sobre Jesus, seguem ao Senhor para tratar de conhecê-lo. Jesus, vendo que o estavam seguindo, lhes fez uma pergunta exortativa: “O que buscais?” Os dois responderam: “Rabi (Mestre), onde moras?” Esta foi uma resposta que estava demonstrando desejo de se ter uma oportunidade para se falar com Ele em total tranqüilidade, como seus discípulos. A resposta foi tão amável como a pergunta: “Vinde e vede”. Atrás das perguntas existe um desejo íntimo de se estar pessoalmente com Ele; atrás das respostas existe um desejo maior de aceitá-los como discípulos.

§ 4 Para todos foi um dia muito importante, já que o escritor se lembrou que aquilo aconteceu na décima hora. A palavra “porque” no verso 39, indica que é muito provável que este encontro tivesse acontecido mais ou menos às 10 da manhã, e assim teriam tido o dia todo para poderem estar com Jesus.

§ 5 O resultado deste encontro foi o que de imediatamente se tornou um ato evangelístico. André procurou o seu irmão Simão para lhe dizer que tinham encontrado Jesus, o Messias. O fato de ter encontrado Cristo, serviu para que os dois procurassem outros para que também pudessem conhecer Ele. Jesus encontra Simão e lhe dá a promessa de que ele será Pedro (pedra), ou seja, um apoio importante em sua futura Igreja.

*Para se conhecer Cristo é preciso conhecermos o seu ensino e sobretudo, ter um encontro pessoal com Ele. O verdadeiro discípulo busca outras pessoas para trazê-las a Cristo.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO ( 3 )


(1.19-28) –

19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

§ 1 Não sabemos exatamente quem enviou uns sacerdotes e levitas até João Batista; talvez tenha sido o sinédrio, porém o versículo 19 só diz “os judeus”. Em todo caso, estes que foram enviados foram solicitados apenas para uma tarefa oficial que foi a de verificar o que acontecia com João e para poderem controlar o movimento das pessoas que se aproximavam dele. Este temor não tinha fundamento e era desnecessário, pelo motivo de que João Batista tenha declarado que ele não passava de uma voz. Mesmo que as pessoas fossem tentadas a admirá-lo, ele não chega ao extremo de chamar a si mesmo de o Cristo. Inclusive nem sequer quis ser chamado de Elias, ainda que mais tarde Jesus dissesse que ele era (Mt 17.12). Da mesma maneira que não se denomina como o profeta mencionado em Dt 18.15, mas que diz de si ser apenas a “voz de um que clama no deserto”; João não pôde ser expressar de uma forma mais humilde do que esta. João Batista era a “voz” profetizada em Isaías 40, que preparava o caminho do Senhor que estava por vir: o Messias. A humildade de João Batista o levava a glorificar Jesus e isso servia para humilhar os homens.

24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias. 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

§ 2 Logo vieram outros enviados; agora eram os fariseus que perguntaram dizendo: se João não é o Messias, por que então estava batizando? Não o entenderam. Para João Batista o batismo era uma preparação para que as pessoas por meio deste reconhecessem a sua condição caída e corrupta, declarando assim, publicamente, que precisam da graça do Messias. Todo impedimento, seja ele como um monte ou montanha, deveria ser destruído com o propósito de ser preparado um caminho livre para Aquele que batizaria com o Espírito Santo, fazendo do batismo com água uma realidade que trazia o perdão dos pecados e a nova vida. João falou uma frase cheia de respeito e temor piedoso ao ter dito: “Este (Jesus) é o que vem depois de mim, o que é antes de mim” (ver v. 15), e completa, “do qual eu não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias”. A tarefa de João foi a de levar as pessoas para Cristo, ainda que o Messias seja desconhecido, tanto para as pessoas como também para ele; João sabia que o Messias, que se revelaria muito em breve, era a maior pessoa do mundo. No tempo de João o Evangelista, existiam pessoas que respeitavam e reverenciavam profundamente João Batista. Isto queria dizer muita coisa se for considerado que ele era só o mensageiro do Rei. De sua parte, João Batista mesmo sentia reverência total e profunda por Jesus que agora estava no meio deles. A salvação estava mais perto do que nunca!

*A tarefa de João, como a de cada servo de Deus foi e é: preparar o caminho para Jesus e apresentá-Lo como o Messias a quem todos devem respeitar.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.

terça-feira, 29 de julho de 2008

ESTUDOS NO EVANGELHO SEGUNDO JOÃO - ( 2 )

(1.19-28) –

19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. 21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

§ 1 Não sabemos exatamente quem enviou uns sacerdotes e levitas até João Batista; talvez tenha sido o sinédrio, porém o versículo 19 só diz “os judeus”. Em todo caso, estes que foram enviados foram solicitados apenas para uma tarefa oficial que foi a de verificar o que acontecia com João e para poderem controlar o movimento das pessoas que se aproximavam dele. Este temor não tinha fundamento e era desnecessário, pelo motivo de que João Batista tenha declarado que ele não passava de uma voz. Mesmo que as pessoas fossem tentadas a admirá-lo, ele não chega ao extremo de chamar a si mesmo de o Cristo. Inclusive nem sequer quis ser chamado de Elias, ainda que mais tarde Jesus dissesse que ele era (Mt 17.12). Da mesma maneira que não se denomina como o profeta mencionado em Dt 18.15, mas que diz de si ser apenas a “voz de um que clama no deserto”; João não pôde ser expressar de uma forma mais humilde do que esta. João Batista era a “voz” profetizada em Isaías 40, que preparava o caminho do Senhor que estava por vir: o Messias. A humildade de João Batista o levava a glorificar Jesus e isso servia para humilhar os homens.

24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias. 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

§ 2 Logo vieram outros enviados; agora eram os fariseus que perguntaram dizendo: se João não é o Messias, por que então estava batizando? Não o entenderam. Para João Batista o batismo era uma preparação para que as pessoas por meio deste reconhecessem a sua condição caída e corrupta, declarando assim, publicamente, que precisam da graça do Messias. Todo impedimento, seja ele como um monte ou montanha, deveria ser destruído com o propósito de ser preparado um caminho livre para Aquele que batizaria com o Espírito Santo, fazendo do batismo com água uma realidade que trazia o perdão dos pecados e a nova vida. João falou uma frase cheia de respeito e temor piedoso ao ter dito: “Este (Jesus) é o que vem depois de mim, o que é antes de mim” (ver v. 15), e completa, “do qual eu não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias”. A tarefa de João foi a de levar as pessoas para Cristo, ainda que o Messias seja desconhecido, tanto para as pessoas como também para ele; João sabia que o Messias, que se revelaria muito em breve, era a maior pessoa do mundo. No tempo de João o Evangelista, existiam pessoas que respeitavam e reverenciavam profundamente João Batista. Isto queria dizer muita coisa se for considerado que ele era só o mensageiro do Rei. De sua parte, João Batista mesmo sentia reverência total e profunda por Jesus que agora estava no meio deles. A salvação estava mais perto do que nunca!

*A tarefa de João, como a de cada servo de Deus foi e é: preparar o caminho para Jesus e apresentá-Lo como o Messias a quem todos devem respeitar.

Fonte: ADMIRANT, Pieter J. den. Lámpara a mis pies es tu Palabra. Holanda: En la Calle Recta, 524 p. Tradutor e adaptador: Marcos Ramos.